sábado, 30 de junho de 2007

Thinking Blogger Award

Obrigado pela honraria concedida, minha querida. Comecei a escrever meu agradecimento em seu site, mas achei que seria mais justo publicar um post em sua homenagem aqui.

A verdade é que, o que comecei como um blog, acabou virando mais um diário de notas. Num certo nível, quando escrevo, o faço apenas para meu registro pessoal, não almejando a divulgação aberta de minhas passagens.

Deve estar lhe ocorrendo a seguinte pergunta, que já havia me ocorrido antes e para a qual acho que só agora tenho uma resposta razoável: se eu não pretendia escrever para um público leitor, então por que postar meus textos na Internet?

Eis que descobri recentemente (vide posts anteriores) que, desde a antigüidade, uma das maiores causas de inquietação da humanidade é a morte. Nós, humanos, somos as únicas criaturas na face da Terra que temos consciência da finitude da vida. Como conseqüência, inventamos as mais diversas tentativas de esquivarmo-nos dessa realidade.

Alguns preferem pensar que continuarão existindo, após a morte, como matéria do cosmos ("do pó vim, ao pó retornarei"); Outros, que irão para o paraíso e reencontrarão seus entes queridos já falecidos; E outros procurarão manter-se vivos na memória das pessoas, através de grandes contribuições prestadas à sociedade (como fez Darwin, Freud e Einstein, por exemplo).

Embora eu não tivesse consciência disso quando comecei a escrever há algumas semanas, sabia que queria deixar um registro da minha existência, de minha passagem, e não poderia ser em um caderno qualquer, que pudesse parar no lixo acidentalmente.

Tenho consciência de que as coisas que escrevo aqui muitas vezes parecem loucuras. Mas é interessante descobrir que todas essas loucuras e angústias já ocorreram a gente muito mais inteligente e há muito mais tempo do que eu supunha, e acho maravilhoso aprender com eles sobre algumas das questões que tocam a todos.

Eis algo interessante que aprendi nesta semana:

"Esperar um pouco menos [do futuro], amar um pouco mais [no presente]."

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ou

Como escrever sobre algo com tamanho potencial para machucar-me?

Reestruturação

Tenho aprendido muita coisa nova ultimamente. Minha cabeça está fervilhando, cheias de novos conceitos, com uma visão muito mais organizada do mundo, de mim.

Entretanto, só um verbo parece descrever o que estou sentindo: "dilacerar". À medida que meus pensamentos se estruturam, mais e mais me perco em meus sentimentos.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Filosofia

"Ora, eu lhe disse que ela se concebe em relação à questão da morte, em relação a essa 'finitude' que nos leva, uma hora ou outra, a nos interrogarmos sobre o caráter irreversível do curso do tempo e, conseqüentemente, sobre o melhor uso que podemos fazer dele. Por isso, aliás, mesmo que todos os seres humanos não se tornem filósofos, todos são, um dia ou outro, tocados pelas questões filosóficas."

(Aprender a Viver, Luc Ferry, Editora Objetiva)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Primeiro resultado?

Retornando de uma festa, este meu amigo começou a agradecer-me uma vez mais pela grande felicidade que está vivendo. Ele ao volante, eu de carona. Olhando sempre para frente, respondi: "não precisa agradecer, o mérito foi todo seu".

Ele não concordava. Dizia que eu e um outro amigo éramos os responsáveis por ele ter sido efetivado após dois anos de estágio na empresa onde trabalhamos, e que faria o possível e impossível para retribuir nosso empenho.

Insisti que a conquista fora dele e que pouco poderíamos ter feito para influenciar o resultado. Foi quando olhei para o lado e percebi que ele estava profundamente emocionado, com o rosto todo molhado de lágrimas. Foi marcante.

Embora, nesta nossa curta convivência, eu não tenha feito mais do que elogiá-lo pelos bons resultados, dar-lhe uma bronca quando necessário, e compartilhar minhas opiniões honestas sobre a vida como a vejo hoje, gostaria muito de acreditar no que ele disse sobre eu tê-lo ajudado a ser mais feliz.

domingo, 17 de junho de 2007

Caixa de chicletes

Permita-me, irmão, chamar-lhe a atenção para o que fez: você me embaraçou diante de seus amigos.

Eu me indignava em silêncio diante do discurso vergonhoso seu e de sua companheira. Eu poderia ter me expressado, mas respeitá-lo e ao seu evento me parecia mais adequado.

Você, entretanto, decidiu envolver-me. Mencionou inesperadamente um fato embaraçoso de meu passado. Olhou-me e esperou uma explicação diante de todos.

Numa mistura de indignação e embaraço, tudo o que consegui foi confessar que jamais faria aquilo novamente e reiterei que abominava tal comportamento. Minha tensão transpareceu na voz e até disso você zombou. Quanto ódio você devia estar guardando...

Acho importante esclarecer, irmão, que sei que fui imaturo no passado, mas cresci. Sei que não tenho o direito de julgar ninguém, porque erro e sempre errarei, mas não acho admissível que você, na sua idade, ainda se comporte como um moleque.

Fico imaginando: como você se sentiria se tudo o que falou naquela mesa fosse contado aos seus filhos, na sua presença? Que tipo de pai, que tipo de homem, com a sua formação, a sua profissão, se comportaria daquela maneira?

Você não percebe que seus amigos quase sentem pena quando esbraveja seus motivos tolos para agir como age? Eles não se calam porque foram convencidos, mas porque sentem que não vale a pena argumentar.

Acho que você canalizou em mim raiva por chamar-lhe a atenção para seu comportamento inadequado. Digo que, se eu fosse o único, você deveria me ignorar. Só não me maltrate, pois isso aumenta ainda mais a distância entre nós.

Porém, o que vi entre seus amigos é que há outros que pensam como eu e têm a coragem de dizê-lo, mas você os ignora.

Quando há várias pessoas nos dizendo que estamos errados, vale a pena parar para pensar.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Amigo espelho

É curioso perceber que muito do conteúdo de sua cabeça só se revela através da boca. Idéias algumas vezes brilhantes, pensamentos não raro profundos e uma série de fatos aparentemente desconexos só se correlacionam no ar que expiro ao me comunicar.

Obrigado, amigo, por permitir que eu me enxergue através de você.

domingo, 3 de junho de 2007

Maldito Molico

Não sei o que estou fazendo. Ou sei. Mas não vou admitir. Fazia tempo que não me sentia assim. Acho que era medo. O que aconteceu? O medo diminuiu ou o outro venceu desta vez? Seja lá o que for, me sabotei novamente. E percebi isso muito tarde. Burro!

Duas esferas negras e brilhantes, grandes, repletas de histórias e sentimentos. Eu sinto. Mas a culpa não é só minha. A culpa é do maldito Molico!

Meio-termo

É difícil encontrar o meio-termo, de tudo.

Numa conversa com amigos, não se deve ficar calado, nem falar demais. Se não se sabe nada sobre o assunto, pergunta-se um pouco, para participar. Se se sabe tudo, responde-se um pouco, para não parecer arrogante.

Numa tentativa de engatar um relacionamento, não se deve acelerar demais, nem enrolar demais. Isso é mais complicado, por ser uma percepção relativa e particular de cada um. Nunca se sabe em que pé as coisas estão sob a perspectiva do outro.

Eu estou no escuro e estou procurando o meio-termo para alguns sentimentos. Devo me sentir fracassado? Devo ignorar tudo e seguir impávido? Devo ter paciência? Devo procurar por erros?