domingo, 25 de novembro de 2007

Epicurismo aplicado

Havíamos todos ido a um boteco, a convite desse amigo querido. Nos divertimos até o bar fechar e então saímos à procura de outro local para aproveitar o restante da noite. Era madrugada alta, estávamos em 5 no carro e -- sem muitas opções naquele horário -- ele me perguntou se podíamos vir para a minha casa.

Claro que sim! Compramos bebidas e viemos. Em 1 ano e 9 meses, esta foi a primeira reunião que fiz aqui. Por ser um apartamento modesto e com alguns reparos pendentes, estive sempre adiando a inauguração.

Epicuro vivia simples e livremente, e tinha o hábito de receber amigos em sua casa, pois acreditava serem esses os pilares da felicidade. Eu sabia disso. Mas, como já dizia Leonardo da Vinci: "não basta saber, é preciso aplicar".

Amor-próprio

"O homem que odeia a si mesmo é incapaz de amar alguém".

(Auto-engano, Eduardo Giannetti, Companhia de Bolso)

Recentemente aprendi a procurar o que há "por trás" dos pensamentos que tenho a meu próprio respeito. Este blog, por exemplo: seria uma tentativa de convencer-me de que tenho certas qualidades das quais, na verdade, careço?

O amor é algo que julgo essencial e, no entanto, não há em minha vida nada em que eu tenha sido mais deficiente, apesar de não terem faltado oportunidades de amar e ser amado.

Não, eu não me odeio. Mas há uma parte de mim da qual eu definitivamente não gosto.

domingo, 11 de novembro de 2007

Autoconhecimento

"Na mente do homem 'curado' do auto-engano não haveria lugar para nenhum pensamento sobre si mesmo, seu futuro e sua capacidade de mudar as coisas que não satisfizesse o mais rigoroso teste de realismo e objetividade. Nenhuma crença, emoção ou vivência subjetiva que o exame de consciência desconhecesse; nenhuma ilusão, confortadora ou não, encontraria abrigo no solo austero de sua racionalidade gelada. Toda concentração excessiva de valor seria imediatamente suspeita. Pertencendo ao universo natural como o ser insignificante e absurdo que ele efetivamente sabe que é -- nada além de uma concatenação efêmera e fortuita de circunstâncias acidentais no infinito oceano da matéria --, que tipo de esperança ou sentido ele poderia encontrar em existir?"

(Auto-engano, Eduardo Giannetti, Companhia de Bolso)