segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Terapia, cura e felicidade - Uma falácia

Hoje minha terapeuta e eu debatemos novamente a validade do processo terapêutico. Ela disse que já teria revisto seus conceitos se houvesse algum fundamento em minha argumentação e que esse não era o caso. Para ela, estou simplesmente em estado defensivo.

Porém, o que me parece mais interessante é o fato de a mestra e doutora, com décadas de experiência clínica, empenhar-se tão colericamente em nossos debates. Fossem meus argumentos ridículos, ela simplesmente os trataria como tal...

Quando você se submete a uma terapia, cria a expectativa de que as questões que o fazem sofrer serão um dia solucionadas e que você finalmente poderá viver uma vida feliz e sem grandes angústias.

O que ninguém lhe conta é que a terapia poderá durar tanto tempo quanto lhe reste de vida. É um investimento sem prazo definido -- apesar de "poucos meses" ser sempre o horizonte apresentado -- e sem nenhuma garantia de retorno. Afinal, quando alguém pode ser considerado completamente curado?

A ideia de que você será pleno e feliz quando (e se) concluir o tratamento é tola. Não há no mundo terapia capaz de resolver as angústias existenciais às quais todos estamos condenados.