segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Validação II

"Acho que esse foi o melhor almoço que tive nos últimos 50 dias", disse esse meu amigo, demonstrando enorme satisfação, enquanto nos retirávamos do restaurante turco recém-inaugurado.

Ele tinha almoçado ali poucos dias antes. Tinha provado praticamente os mesmos pratos que selecionara para os que ali se reuniam agora. Os amigos eram os de sempre, com quem já fizera outras refeições também. Então, o que tornara aquele almoço tão particularmente agradável?

A resposta talvez esteja relacionada à rara felicidade que tenho vivido. Rara porque é uma felicidade serena, sem ansiedade, sem exaltação. Acho que ela advém da descoberta gradativa de quem realmente sou. Há algum tempo deixei de querer parecer alguém, para ser eu mesmo. Depois passei a prestar atenção no que os outros dizem a meu respeito, para mim. E estou gostando do que ouço. Acho que a isso chamam de "validação".

Naquele dia, durante a refeição, expressei a meu amigo minha admiração pela quantidade de histórias que ele tem a contar sobre qualquer assunto que surja à mesa. Senti que aquilo fez bem a ele. Eu o "validei".

O gesto, embora gratuito, acabou gerando uma validação de volta, pois me senti bem também por ter contribuído para fazer um dos melhores almoços de um amigo que admiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo querido,
Você tem toda a razão. Algumas coisas passam a ser tão supérfluas na nossa vida, né? Tem tanta coisa muito mais interessante e válida na vida.
Eu também cansei de ser um estereótipo qualquer. Eu sou eu. Desse jeito mesmo. Cheia de pensamentos, chiliques e fortes opiniões sobre tudo. Não me importa o que as pessoas pensam.
Tão bom sermos nós mesmos. Sem "máscaias", como diz minha pequena.
Beijo enorme e saudades dos nossos papos mais longos no msn.