terça-feira, 29 de maio de 2007

Paradoxo

Em minha visão estreita e particular, parece-me que o objetivo da vida é que cada um a usufrua da melhor maneira possível. Se neste curto período se puder contribuir de alguma forma para o progresso da sociedade, melhor ainda.

Como identificou Maslow, nossas necessidades se estruturam de forma mais ou menos hierárquica e, conforme vamos suprindo algumas, outras vão surgindo: necessidades fisiológicas, de segurança, afeição (belongingness and love), estima e auto-realização.

A questão que me intriga é: até que ponto estão errados os indivíduos totalmente anti-éticos, se o resultado de suas ações estiver lhes suprindo as necessidades?

Veja o caso de políticos corruptos: roubam (e asseguram suas necessidades básicas), pertencem a partidos e grupos (belongingness), são publicamente reconhecidos (estima) e, como efeito colateral de seu "trabalho", chegam ao fim da vida com um sentimento de auto-realização por obras executadas no percurso.

Esse tipo de pessoa é danoso à sociedade. Causa sofrimento, violência, morte. Mas, sob seu ponto de vista, a vida teria sido usufruída da melhor maneira e praticamente todas as suas necessidades teriam sido supridas.

Então, por que não?

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