domingo, 17 de junho de 2007

Caixa de chicletes

Permita-me, irmão, chamar-lhe a atenção para o que fez: você me embaraçou diante de seus amigos.

Eu me indignava em silêncio diante do discurso vergonhoso seu e de sua companheira. Eu poderia ter me expressado, mas respeitá-lo e ao seu evento me parecia mais adequado.

Você, entretanto, decidiu envolver-me. Mencionou inesperadamente um fato embaraçoso de meu passado. Olhou-me e esperou uma explicação diante de todos.

Numa mistura de indignação e embaraço, tudo o que consegui foi confessar que jamais faria aquilo novamente e reiterei que abominava tal comportamento. Minha tensão transpareceu na voz e até disso você zombou. Quanto ódio você devia estar guardando...

Acho importante esclarecer, irmão, que sei que fui imaturo no passado, mas cresci. Sei que não tenho o direito de julgar ninguém, porque erro e sempre errarei, mas não acho admissível que você, na sua idade, ainda se comporte como um moleque.

Fico imaginando: como você se sentiria se tudo o que falou naquela mesa fosse contado aos seus filhos, na sua presença? Que tipo de pai, que tipo de homem, com a sua formação, a sua profissão, se comportaria daquela maneira?

Você não percebe que seus amigos quase sentem pena quando esbraveja seus motivos tolos para agir como age? Eles não se calam porque foram convencidos, mas porque sentem que não vale a pena argumentar.

Acho que você canalizou em mim raiva por chamar-lhe a atenção para seu comportamento inadequado. Digo que, se eu fosse o único, você deveria me ignorar. Só não me maltrate, pois isso aumenta ainda mais a distância entre nós.

Porém, o que vi entre seus amigos é que há outros que pensam como eu e têm a coragem de dizê-lo, mas você os ignora.

Quando há várias pessoas nos dizendo que estamos errados, vale a pena parar para pensar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com vc. Pensar é preciso!