quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Diabetes

Um amigo levou seu filho de 14 anos, diabético tipo I, em um dos nossos happy hours. Antes de avançar nos petiscos, o menino sacou uma seringa e injetou-se uma ampola de insulina na coxa. Meu amigo, sabendo que sou diabético tipo II, olha para mim e pergunta com sarcasmo: "você quer isso para você?"

Aquilo mexeu comigo. Não vi nada diferente e não mudei meus hábitos de alimentação mas, desde então, volta-e-meia tenho algum pesadelo em torno desse assunto.

Na noite passada sonhei com um casal que preparava-se para uma celebração gastronômica. Os dois conversam sobre banalidades, enquanto o homem vai injetando várias doses de insulina em si e na amiga através de uma cinta presa ao braço de cada um, ligada a um caninho de ar comprimido com um interruptor na outra ponta. A cada disparo nota-se uma rápida expressão de dor em seus rostos. Num certo momento a mulher diz: "eu não quero mais", mas o homem ignora-a e, pssssh, injeta mais uma. Ela faz mais uma careta e segue a conversa normalmente.

Quem tem diabetes, tem medo.

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